José Baptista, João Abecasis, Hugo Rodrigues e Miguel Antunes
Workshop de fotografia Pin hole (dois grupos de 4 pessoas).
Workshop de Time Lapse de paisagem (3 grupos de 5 pessoas).
Mostra de filmes ligados a artes na paisagem (João Abecasis, Turrel, Robert Smithson) + filmes de participantes no festival (José Baptista, Miguel Munhá, Miguel Antunes, Rui Horta).
Convidam-se os participantes a trazerem os seus filmes.
Mostra e discussão dos trabalhos realizados pelos participantes nos workshops Gorilla.
O mundo natural foi, provavelmente, o primeiro objecto da arte humana, numa tentativa de reorganização do tempo e espaço. Do espanto, da admiração, do horror e do sublime que suscita no homem, a sua transposição para o simbólico sempre nos ocupou e preocupou.
É do fruto desta vontade de saber que propomos dois workshops:
– No primeiro debruçamo-nos sobre uma antiga técnica fotográfica, a camera obscura, ou pinhole. Data do século quinto antes de cristo a primeira descrição do fenómeno, que ocorre naturalmente na luz que penetra, por exemplo, nas florestas densas, criando uma imagem do céu no chão. Cedo se percebeu que este fenómeno poderia ser útil ao homem, sendo os primeiros eclipses solares observados através deste fenómeno transformado em técnica.
Os participantes terão acesso a material que lhes permitirá elaborarem uma imagem desta natureza mas também registá-la em suporte digital.
– O segundo workshop é sobre a técnica time-lapse, que permite uma experiência do tempo acelerada, das mudanças imperceptíveis que ocorrem, mas das quais não temos consciência. O time-lapse potencia a percepção humana já que grande parte dos fenómenos biológicos demoram muito tempo acontecer.
O objectivo destes workshops é permitir que os participantes criem os seus próprios discursos dentro da temática da paisagem.
Talvez hoje, mais que nunca, importa repensar a relação do homem com o natural, não em algum sentido de um retorno idílico a um mundo perdido onde tudo era harmonioso, mas precisamente no sentido de assumirmos o espaço inexorável entre o homem e a natureza. O homem nunca esteve em comunhão com a natureza, pelo menos no sentido que hoje se impõe à natureza, de homeostasia ou de doce comunhão . Se a questão ecológica é séria, não será com sonhos pagãos que se resolverá.
O que importa aqui é darmos ferramentas de manipulação e compreensão da realidade de forma a criarmos um espaço de discussão.
Na mostra de filmes propomos visualizações de diferentes abordagens à paisagem e à natureza. São filmes que focam a relação do homem com o meio que o rodeia, da desnaturalização da natureza, da intervenção humana no terreno alienígena que é a natureza.
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