A land art, entendida como disciplina artística que utiliza a paisagem como matéria prima essencial à construção da sua obra, surge associada ao conceito que está na génese do Safira | FESTIVAL DE ARTES NA PAISAGEM.
Para além da vontade de trazer as artes performativas para o exterior e de lhes proporcionar um “palco natural”, cujo potencial cénico parecia ser inesgotável, sempre existiu o desejo de ver nascer obra resultante da modelação dos recursos caraterísticos do ecossistema local, o montado Alentejano, ou inspirada neles.
Em 2011, o principal trabalho desenvolvido nesta área foi da autoria de Cristina Ataíde, que concebeu quatro intervenções que marcaram a imagem do festival. A sua azinheira vermelha mantêm-se como simbolo do Safira. Noutra escala, J. T. Féria, criou duas obras, Roadway to heaven e Passagem e Tiago Fróis instalou a sonoescultura Le vite.
Na edição de 2012, o número de obras criadas foi maior, proveniente de diferentes áreas e abordagens artísticas, designadamente:
– A aposta na criação de “paisagens sonoras” é para continuar, dada a sua adequação ao contexto territorial onde o Festival acontece, e a grande riqueza e diversidade de sons existente no local.
Neste âmbito, Tiago Fróis repetiu a participação, tendo apresentado o projecto Estação elevatória; Simão Costa trouxe as cymatics – interactive vibrating boards, peças que integram o seu projeto c_Vib e Eunice Artur desenvolveu o projecto e não como um movimento por si só.
– Num registo mais plástico, de integração natural na paisagem preexistente contámos com o coletivo formado por Carlos A. Ribeiro, Ivo e J. T. Féria, que concebeu uma intervenção site specific, constituída por 3 grupos de peças realizadas em palha.
– Victor Beiramar Diniz também realizou uma intervenção de pequena escala na paisagem, muito súbtil, só perceptível na escuridão.
Apesar de não termos desenvolvido projectos de land art nesta edição, esta é uma área em que queremos investir futuramente.
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